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Campo Grande,15/03/2025

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Fabio Sniper

Quando a Política Vira Roteiro de Filme: A Realidade Eleitoral de Campo Grande

Entre promessas vazias e escândalos dignos de Hollywood, o povo assiste de camarote ao vale-tudo pelo poder — mas sem o conforto do ar-condicionado ou da justiça

Campo Grande (Foto: Gabriel Marchese)
Quando a Política Vira Roteiro de Filme: A Realidade Eleitoral de Campo Grande

Na guerra pelo poder, a linha que separa a extrema esquerda da extrema direita parece ser apenas o discurso. Ambos os extremos demonstram, em suas ações, que o vale-tudo político é a regra. Campo Grande, em sua mais recente eleição, transformou-se em um palco digno de livros como O Poderoso Chefão ou filmes como Prenda-me Se For Capaz. Compra de votos? É crime, claro — mas só quando o candidato deixa sua assinatura explícita no cheque.

Enquanto isso, o povo segue à deriva. Unidades de saúde, como a da Vila Almeida, mal conseguem oferecer o básico. Escolas se tornaram verdadeiras saunas improvisadas, sem ar-condicionado, e o transporte público? O Consórcio Guaicurus ignora contratos como se fossem meras sugestões. Cobrança? Que cobrança? Por aqui, legalidade é só uma palavra bonita para discursos de campanha.

E os escândalos? Ah, esses são a cereja do bolo. Não estamos falando de pequenos desvios, mas de verdadeiras obras-primas de corrupção: honorários misteriosos, sonegação fiscal e previdenciária que fariam qualquer roteirista de Hollywood aplaudir. Parece roteiro de ficção, mas é real. E ninguém é preso. Por quê? Porque, em Campo Grande, o crime compensa — desde que você esteja do lado certo do balcão.

Enquanto mães atípicas clamam por ajuda, nossos representantes estão ocupados mobilizando servidores públicos convocados que, convenientemente, aparecem em grupos de WhatsApp para defender o indefensável — ou talvez apenas para garantir o pão de cada dia. Afinal, manter o emprego, muitas vezes, é questão de sobrevivência.

E que ironia cruel: muitos desses líderes adoram posar de socialistas enquanto vivem como verdadeiros capitalistas de luxo. Bolsas Himalaya Birkin da Hermès, sapatos de grife, festas exclusivas — porque, claro, austeridade é só para os outros. Aos pobres e trabalhadores sobra a parte "socialista" do plano: a miséria e a exploração, disfarçadas de igualdade.

Os discursos, então, são uma aula de hipocrisia. Falam de moralidade, de combate à corrupção, de fé, e até citam a Bíblia para justificar suas ações. Na prática, sustentam um sistema que premia a ganância e a impunidade.

Os escândalos se acumulam, mas as punições seguem tão misteriosas quanto o destino do orçamento público. Honorários suspeitos? Intocados. Sonegação fiscal? Silêncio absoluto. Sonegação previdenciária? Ninguém viu. E o povo? O povo só quer entender onde foram parar as promessas de um governo decente.

O mais curioso — ou trágico, dependendo do ponto de vista — é que essas figuras ainda conseguem pregar moralidade enquanto desfrutam do luxo. E nós, pobres mortais, seguimos assistindo de camarote, mas sem o conforto do ar-condicionado ou de uma cadeira almofadada.

No final, resta o clamor de uma cidade exausta de ser palco de um teatro de absurdos. Será que vamos continuar presos a essa narrativa de sempre, onde o povo sofre e os políticos enriquecem? Ou, quem sabe, um dia Campo Grande terá um final digno de filme — daqueles em que o mocinho finalmente vence?

Por ora, seguimos presos na sessão interminável de um drama com roteiro ruim. Hollywood que se cuide: aqui, o enredo é muito pior.




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