A manhã desta quinta-feira (15) começou com uma tragédia nas estradas de Campo Grande. Uma corredora morreu e outra ficou ferida após serem brutalmente atropeladas por um estudante de medicina embriagado na MS-010, na saída para Rochedinho. O jovem, de apenas 23 anos, fez uma ultrapassagem imprudente e atingiu as mulheres, que participavam de um treino com um grupo de corrida. O impacto da batida foi tão forte que uma delas morreu no local. A outra vítima teve escoriações e foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino.

Segundo a Polícia Militar, o estado de embriaguez do condutor era evidente. Ele mal conseguia falar e apresentava sinais claros de intoxicação pelo álcool. Dentro do veículo, um Fiat Pulse prata, os policiais encontraram latas de cerveja e uma pulseira de identificação de uma boate da Capital, reforçando a hipótese de que o jovem havia saído de uma noitada antes do acidente.

UM IMPACTO DEVASTADOR

O local do acidente revelou a gravidade da colisão. A SUV conduzida pelo estudante ficou com a frente completamente amassada, o capô danificado, o retrovisor e a lanterna quebrados e o para-brisa estilhaçado. O choque foi violento, e a corredora fatalmente atingida não teve tempo de reagir. Testemunhas disseram que o grupo corria pelo acostamento, respeitando as normas de segurança para práticas esportivas em rodovias.

Policiais que atenderam a ocorrência informaram que o motorista estuda medicina e faz residência em Mato Grosso do Sul, mas é natural do Estado de Goiás. Ele foi preso em flagrante e encaminhado para a delegacia, onde deverá responder por homicídio culposo na direção de veículo automotor, com agravante de embriaguez ao volante.

O CHOQUE PARA A COMUNIDADE DE CORREDORES

A vítima fatal era integrante de um grupo de corrida bastante ativo em Campo Grande. Amigos e colegas da atleta ficaram inconsoláveis com a notícia. Muitos compareceram ao local, mas, abalados, evitaram dar entrevistas. Nas redes sociais, diversos corredores e entidades esportivas lamentaram a tragédia e cobraram justiça.

“Ela era uma pessoa querida, sempre incentivava os amigos, sempre estava disposta a ajudar. Uma vida cheia de sonhos foi interrompida por uma irresponsabilidade”, escreveu um colega do grupo de corrida.

A tragédia reforça a necessidade de mais fiscalização e punição rigorosa para quem dirige sob efeito de álcool. Segundo o último levantamento da Polícia Rodoviária Estadual, a MS-010 é uma das rodovias mais perigosas para pedestres e ciclistas em Campo Grande, com vários relatos de motoristas em alta velocidade e embriagados.

JUSTIÇA E PUNIÇÃO

O estudante de medicina será submetido ao teste do bafômetro e deverá permanecer detido até sua audiência de custódia. Caso seja condenado, ele poderá pegar até oito anos de prisão, conforme prevê a legislação para crimes de trânsito envolvendo embriaguez. O caso também reacende o debate sobre a necessidade de penas mais severas para motoristas alcoolizados, uma vez que o Brasil ainda registra altos índices de acidentes causados por consumo de álcool.

Enquanto amigos e familiares da vítima se despedem, fica a dor e a revolta por mais uma vida perdida de forma brutal. A esperança agora é que a justiça seja feita e que casos como esse sirvam de alerta para a imprudência no trânsito.