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Campo Grande,15/03/2025

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Campo Grande à Deriva: Prefeita Adriane Lopes Quebra Promessas e Vereadores se Omitem

Prefeita Adriane Lopes Quebra Promessas, Enquanto Vereadores Permitem o Silêncio


Campo Grande à Deriva: Prefeita Adriane Lopes Quebra Promessas e Vereadores se Omitem Adriane Lopes (PP) com os secretários oficializados, em cerimônia na Câmara Municipal (Foto: Fernanda Palheta)

Abandono, falhas na gestão e omissão da base no Legislativo. Cada vereador que se omite, na prática, fortalece o apoio à prefeita, agravando a crise administrativa da cidade. No fim, é a população que paga o preço pela incompetência da equipe municipal e pela inércia da Câmara.

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), assumiu o cargo prometendo uma gestão eficiente e baseada em resultados. Durante sua posse, afirmou que sua equipe teria 60 dias para apresentar avanços concretos ou seriam exonerados e que, em 100 dias, a população sentiria os impactos positivos de sua administração. No entanto, o cenário atual é de abandono, falta de investimentos e uma gestão marcada pela ineficiência, devido à ineficiência administrativa de seus supostos principais secretários.

A realidade nas ruas de Campo Grande expõe de forma cruel a gestão da prefeita, que, na ânsia de demonstrar competência, fez inúmeras promessas vazias — promessas que, como até seu próprio entorno sabia, seriam impossíveis de cumprir. O resultado está aí: alarmante e inegável.

O quadro da cidade é preocupante. O matagal invade vias públicas, buracos se multiplicam, a falta de pavimentação prejudica moradores, especialmente nos bairros mais afastados, e a saúde enfrenta uma crise ainda mais grave do que no ano anterior. Unidades básicas sofrem com a escassez de medicamentos, e a prefeitura anunciou a redução do atendimento nesses postos. A educação também foi afetada, com a retirada de agentes patrimoniais, expondo escolas e EMEIs a riscos.

Na segurança pública, guardas municipais denunciam a falta de combustível para viaturas, recebendo apenas R$ 150 a cada três dias para abastecimento. Cultura e esporte estão estagnados, sem investimentos significativos. Durante a campanha eleitoral, a gestão pintava um cenário otimista, mas, após o pleito, a realidade se mostrou outra: uma administração desorganizada e sem transparência.

Na atual gestão, cultura e esporte simplesmente desapareceram, sem qualquer investimento significativo. Um contraste gritante com a campanha eleitoral, quando a capital era retratada como um verdadeiro conto de fadas, sem problemas ou falta de recursos. No entanto, passado o pleito, o "céu de brigadeiro" pintado pela prefeita se desfaz rapidamente, dando lugar a um cenário digno do inferno de Dante. Afinal, nem mesmo uma mentira repetida cem vezes pode ocultar a dura realidade de uma gestão municipal caótica.

A Secretaria da Fazenda, a "number one" da prefeita, mostrou toda sua "capacidade" ao deixar a prefeitura à beira do colapso financeiro. Com os cofres vazios e sem conseguir justificar o uso de R$ 158 milhões do Fundo Municipal da Saúde para cobrir salários atrasados e não contabilizados de 2023sem autorização da Câmara Municipal —, a titular da pasta empurrou a crise para a, então recém-empossada, secretária de Saúde. 

Sem qualquer envolvimento na manobra, a nova gestora se viu obrigada a recorrer a um técnico da pasta para tentar explicar o inexplicável: uma pedalada fiscal da qual não participou, mas pela qual foi sacrificada em audiência na Câmara. 

Curiosamente, enquanto servidores enfrentavam atrasos e incertezas, os salários dos secretários permaneceram intocados — assim como os pagamentos antecipados a um seleto grupo de prestadores de serviço, em total contraste com outros menos afortunados, que seguiram sem receber.

O caos atingiu tal ponto que prestadores de serviço do Consórcio Asfalto suspenderam suas atividades por falta de pagamento. Enquanto isso, o transporte público segue em decadência, sem qualquer melhoria para os usuários. Diante desse cenário desastroso, surge a pergunta: a responsabilidade recai sobre a má escolha dos secretários ou sobre a prefeita que os coordena? E, mais importante, até quando a população terá que suportar tamanho descaso?

A prefeita também não cumpriu a Lei 7.006/2023, que previa reajuste salarial dos servidores. Em vez de implementá-la, recorreu à Justiça para suspender seus efeitos. Além disso, não há esclarecimentos sobre a destinação dos valores de precatórios e honorários advocatícios, uma situação que levanta questionamentos sobre a transparência financeira da administração.

A grande dúvida é: para onde está indo o dinheiro dos precatórios? Os recursos referentes aos honorários advocatícios estão sendo devidamente depositados em uma conta especial, conforme determinado pelo STF? E, afinal, quem está administrando esses valores? O silêncio e a falta de transparência são inaceitáveis!

Outro ponto alarmante é o silêncio da Câmara Municipal. Um pedido de impeachment da prefeita foi protocolado por crimes fiscais e previdenciários relacionados ao IMPCG e à renúncia de receita sem autorização legislativa. No entanto, a tramitação do processo parece não ter avançado, sugerindo interesses alheios à transparência e à responsabilidade pública.

O processo de impeachment, que em qualquer outro lugar do Brasil é tratado como uma das questões mais sérias a serem julgadas pelo Legislativo e tem prioridade sobre qualquer outra pauta na Câmara, aqui simplesmente não avança. A impressão é de que a lei não se aplica a todos da mesma forma. 

Da Câmara, não há respostas convincentes sobre o rito processual — ou não sabem como proceder, ou sabem exatamente o que deve ser feito, mas estão impedidos por interesses que parecem estar longe de ser republicanos, agindo nos bastidores do poder.

Os vereadores têm a função de fiscalizar e cobrar respostas da gestão municipal, mas sua omissão levanta dúvidas sobre seus reais compromissos. A quem interessa esse silêncio? Quem se beneficia dessa aparente conivência entre Executivo e Legislativo?

Campo Grande não pode continuar refém da inércia de seus governantes. Os vereadores precisam cumprir seu papel constitucional e responsabilizar a prefeita por sua gestão, cobrando soluções concretas para os problemas da cidade. A população exige respeito, transparência e competência, não discursos vazios e promessas não cumpridas.





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