Campo Grande à deriva: austeridade no discurso, desperdício na prática
Enquanto a população sofre com falta de serviços básicos, a gestão Adriane Lopes amplia nomeações e ignora a crise financeira. Até quando a cidade pagará essa conta?

A promessa de corte de gastos parece não passar de retórica. Enquanto a cidade enfrenta sérias dificuldades na saúde, segurança e infraestrutura, a administração municipal segue ampliando o quadro de nomeações, ao que parece, distribuindo cargos aos aliados políticos. Até quando a população arcará com essa conta?
Diante de uma crise financeira, a solução natural seria reduzir despesas e otimizar recursos. No entanto, a Prefeitura de Campo Grande adota uma abordagem peculiar sobre contenção de gastos. No dia 7 de março, a prefeita Adriane Barbosa Nogueira Lopes assinou o Decreto Municipal nº 16.203, com a proposta de restringir despesas na administração pública. No papel, a iniciativa sugere austeridade; na prática, os fatos contam outra história.
A publicação do Diogrande nº 7.855, em 11 de março de 2025, contradiz a narrativa de contenção ao evidenciar uma série de novas nomeações. Conforme apurações de um site regional de notícias, essas indicações beneficiariam aliados políticos da gestão municipal. O fato levanta questionamentos sobre a coerência entre o discurso de responsabilidade fiscal e as práticas adotadas pelo Executivo. Paralelamente, o Legislativo, que deveria exercer seu papel fiscalizador, se mantém alheio, reforçando a sensação de um sistema politicamente aparelhado.
Nas ruas de Campo Grande, a realidade é outra: faltam medicamentos nos postos de saúde, escolas tornam-se vulneráveis após a redução de agentes patrimoniais, vias esburacadas desafiam motoristas e pedestres, fornecedores da prefeitura seguem sem receber e até mesmo as viaturas da Guarda Municipal operam com limitações devido à falta de combustível. Apesar desse cenário preocupante, há recursos suficientes para manter um número significativo de nomeações políticas, que coincidem com interesses de grupos aliados na Câmara Municipal.
Para agravar o quadro, foi criado e aprovado um fundo destinado ao pagamento dos honorários advocatícios dos procuradores municipais. Resta saber se a prefeitura honrará esse compromisso ou seguirá postergando suas obrigações financeiras. Enquanto isso, áreas como cultura e esporte permanecem negligenciadas, e famílias de crianças com necessidades especiais lutam para obter insumos essenciais. Em contrapartida, a distribuição de cargos continua em ritmo acelerado.
A gestão Adriane Lopes se apresenta como defensora da responsabilidade fiscal, mas suas ações indicam um cenário de contradições. Enquanto isso, a população segue enfrentando uma cidade com infraestrutura precária, carência de serviços essenciais e um Executivo que prioriza interesses políticos. A pergunta que fica é: até quando Campo Grande suportará essa situação?
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