A Câmara Municipal foi palco de um intenso embate político nesta quinta-feira (13), com a aprovação de uma Moção de Repúdio contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A iniciativa partiu da vereadora Ana Portela (PL), em resposta à polêmica declaração de Lula na última quarta-feira (12), quando afirmou ter escolhido "uma mulher bonita" para "melhorar a relação com o Congresso".

O vereador Wilson Lands (Avante) utilizou sua declaração de voto para condenar veementemente a fala do presidente, classificando-a como machista, preconceituosa e inaceitável. Durante seu discurso, Lands destacou que Campo Grande já protagonizou avanços históricos ao eleger, pelo voto popular, a primeira prefeita e vice-prefeita mulher, reforçando que as mulheres devem ser reconhecidas por sua competência, e não por atributos físicos.

"Seu presidente, primeiro que a fala do presidente da República é uma fala machista e preconceituosa e é inadmissível. Nós que estamos aqui legislando nessa casa temos uma prefeita mulher, temos uma vice-prefeita, inclusive fizemos história elegendo a primeira prefeita e vice pelo voto popular estando no Executivo Municipal. E quando o presidente fala que a Gleisi Hoffmann é uma mulher bonita para articular com o Congresso, ele coloca a beleza acima da competência. Então, eu acho que, em março, a gente ainda ouvir um presidente da República que deveria valorizar a mulher, deveria valorizar a luta da mulher brasileira, a todo tempo o presidente traz para o debate algo para ofender as mulheres em falas talvez infelizes, mas também preconceituosas e inadmissíveis. Eu voto sim", declarou o vereador.

A moção apresentada por Ana Portela recebeu o respaldo da maioria dos parlamentares, reforçando a posição de que o chefe do Executivo deve respeitar e valorizar as mulheres por sua atuação e contribuição à sociedade, e não por sua aparência. O episódio teve forte repercussão dentro e fora da Câmara, evidenciando o descontentamento com a postura do presidente em relação às mulheres.