MORRE O PAPA FRANCISCO AOS 88 ANOS – “O PASTOR QUE CHEIRAVA A OVELHA” VOLTA PARA A CASA DO PAI!
Roma amanheceu de luto. O céu pareceu silenciar, como se a própria criação se inclinasse diante do adeus do homem que sacudiu os alicerces da Igreja com humildade, coragem e uma fé inabalável nos mais pobres. O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira (

Durante 12 anos no trono de Pedro, Francisco – nascido Jorge Mario Bergoglio – jamais se deixou seduzir pelas pompas do Vaticano. Recusou o Palácio Apostólico, optou por uma vida simples, e fez da Praça São Pedro seu confessionário a céu aberto. O primeiro papa latino-americano, jesuíta e filho da Argentina, viveu como poucos o que pregava: “pastores com cheiro de ovelha”, como ele mesmo dizia.
E foi ali, na praça que tantas vezes lotou para ouvi-lo, que apareceu pela última vez neste domingo (20), numa surpreendente e silenciosa despedida.
Desde fevereiro, o pontífice enfrentava uma dura batalha contra uma pneumonia bilateral, que se somava a uma série de problemas de saúde. Artrose, hérnia abdominal, sequelas de uma cirurgia intestinal e dores crônicas tornaram sua caminhada mais lenta, mas jamais pararam sua missão. Até o fim, Francisco falava de paz, lutava pelos marginalizados e sonhava com uma Igreja menos burocrática e mais misericordiosa.
Segundo comunicado oficial do Vaticano, “O Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja”. E que serviço! Francisco enfrentou escândalos, denunciou abusos, rasgou o véu do silêncio com o fim do “sigilo pontifício” em casos de crimes sexuais e, com coragem, enfrentou ditaduras, guerras e injustiças sociais de frente.
Ao contrário de muitos, não usava seu cargo como trono de glória, mas como altar de sacrifício.
Foi também o Papa da esperança. O Papa do povo. Que tomava chimarrão, escutava Bach, fazia terapia e confessava que vivia em tensão, como quem sabia o peso de carregar o mundo nas costas. “O tempo voa… está com pressa”, dizia. E talvez soubesse, no fundo da alma, que seu tempo na terra estava perto do fim.
Francisco também quebrou tabus. Falou de forma inédita sobre bênçãos a casais do mesmo sexo (sempre com discernimento pastoral), defendeu migrantes, condenou a guerra da Ucrânia e, mesmo diante de uma Igreja muitas vezes resistente, nunca deixou de caminhar, mesmo que de cadeira de rodas.
Seu desejo final: não ser enterrado no Vaticano, mas na Basílica de Santa Maria Maggiore, onde rezava antes e depois de cada viagem missionária. Já havia deixado tudo preparado. Simples, como viveu.
Agora, a Igreja chora. Mas o Céu se alegra. O Papa que evangelizou com gestos mais que com palavras parte como veio: humilde. Que São Pedro o receba. Que Maria o acolha. E que o mundo não esqueça: ele foi Francisco, o Papa dos pobres, o Papa da misericórdia, o Papa que nos ensinou a amar sem medida.
🙏 Descanse em paz, Santo Padre. Interceda por nós lá do alto.
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