"Pelo amor de Deus, ele só tem um mês de vida!" — O clamor de uma mãe na luta para salvar seu bebê em estado grave em campo grande
Enquanto um bebê de apenas um mês luta pela vida, a família clama por ajuda e pede que, acima das disputas políticas, Campo Grande se una para salvar vidas e reconstruir a saúde com humanidade e empatia

Campo
Grande (MS) — Um
grito desesperado ecoa dos corredores da ala vermelha da saúde pública de Campo
Grande. É o choro de uma mãe, é o apelo rasgado de uma avó com o coração em
pedaços. Um bebê de apenas um mês de vida está internado em estado
gravíssimo, lutando para sobreviver — enquanto a família clama por algo
simples, mas vital: uma vaga em UTI pediátrica.
"Ô
nega, por favor, nega, por favor... Deus abençoe que as pessoas que você tem te
falando consiga a vaga, nega. Pelo amor de Deus, eu preciso muito",
suplica a mãe, aos prantos, segurando nas mãos a fé e a esperança de que seu
filho não seja mais um número no sistema.
Do outro
lado da linha, a avó relata, com a voz embargada e o peito apertado, a
dor de ver o neto com tubos, remédios fortes e uma estrutura improvisada,
lutando com todas as forças que um corpinho tão frágil pode ter:
"Ai,
nega... é uma situação muito dolorida. Tô aqui com o coração na mão, sem saber
o que fazer. Se eu pudesse tirar tudo que ele tá sentindo e passar pra mim...
mas é difícil. A gente tá com medo de perder ele..."
O quadro
é grave. Segundo a família, o próprio médico confirmou que o estado de saúde do
recém-nascido é delicadíssimo, e que a ala onde ele está não tem suporte
adequado. O menino, que deveria estar sendo acompanhado com toda a
estrutura de uma UTI neonatal, luta por cada suspiro com o equipamento que
serve para adultos.
Enquanto
isso, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) se desdobra, tentando
garantir uma vaga em tempo hábil. A equipe da pasta está mobilizada, buscando
alternativas para garantir o socorro que a criança precisa e merece.
Mas o que
mais dói — e revolta — é saber que ele não é o único. A ala vermelha
está cheia de bebês em situações semelhantes, esperando uma chance, uma
vaga, uma esperança. Muitos desses casos, infelizmente, só avançam quando
ganham repercussão na imprensa ou redes sociais.
Foi o que
inspirou a mãe a fazer o apelo. Depois de ver uma reportagem recente em que uma
outra mãezinha conseguiu uma vaga após clamar publicamente, ela decidiu que não
poderia esperar mais.
"Eu
falei: não, eu tenho minha amiga, eu vou pedir pra ela... pra ver se ela
consegue pra mim. Eu preciso com urgência, nega, pelo amor de Deus,
porque ele merece viver. Ele só tem um mês de vida."
Agora, a
população de Campo Grande assiste, com o coração apertado, essa corrida contra
o tempo. Será que mais uma vida tão pequena, tão inocente, vai sucumbir à
espera? Ou a mobilização, o clamor, a fé e o esforço da saúde vão vencer
essa batalha?
A
resposta precisa vir rápido. Porque cada minuto importa. E um mês de
vida ainda é pouco demais pra desistir.
COMENTÁRIOS